terça-feira, 19 de julho de 2011

Quando Um Sócio Renuncia

Quando um sócio renuncia porque não pode ser amigo de todos os seus companheiros do clube, talvez não lhe tenham explicado que a amizade em Rotary se deve entender como uma atmosfera e não como uma relação obrigatória de todos com todos.

Quando um sócio renuncia porque se ofendeu por alguma expressão da mesa, talvez não lhe tenham explicado que Rotary é uma escola de vida, onde não cabe a hipersensibilidade, porque todo o espaço está ocupado pela tolerância.

Quando um sócio renuncia porque o montante da quota não está de acordo com o seu orçamento (por defeito ou por excesso) talvez não lhe tenham explicado que Rotary é um corte transversal da sua comunidade e que isto é válido também no econômico.

Quando um sócio renuncia porque não lhe fizeram justiça na hora de repartir os cargos, talvez não lhe tenham explicado que em Rotary não há “carreira”.
Que todos os cargos são postos transitórios de serviço, que em Rotary “não se consegue, dá-se”.

Quando um sócio renuncia por falta de informação (não me disseram isso, não me avisaram, não me inteirei) talvez não lhe tenham explicado que todos os Rotarianos têm ao seu alcance toda a informação, o único que se requer é consultá-la porque o processo de comunicação precisa, além de emissores criativos, receptores ativos.

Quando um sócio renuncia porque viaja muito ou tem pouco tempo e não pode fazer coisas, talvez não lhe tenham explicado que Rotary é sobretudo um fenômeno individual e logo depois um fenômeno coletivo (uma importante diferença de outras instituições parecidas), que a nossa roda rotária tem 24 dentes porque se é rotariano as 24 horas do dia e não só durante a reunião semanal.

Quando um sócio renuncia porque o clube faz pouco na sua comunidade,talvez não lhe tenham explicado que Rotary faz filantropia, mas não é uma instituição caritativa, que Rotary faz coisas, mas que a sua missão é fazer gente, que Paul Harris disse: “As boas obras não são a única coisa que existe em Rotary, as boas obras são só expressão de algo que jaz detrás”.

Quando um sócio renuncia porque as condutas de alguns rotarianos não têm - no seu critério - as
características de acordo com os nossos princípios em cem por cento, talvez não lhe tenham explicado que Rotary é formado por homens, não por anjos, por homens que têm consciência da sua imperfeição e o desejo de melhorar tal condição;
Que Rotary mais que um conclave de perfeitos é um campo de treino para se aperfeiçoarem.

Quando um sócio renuncia porque o Clube não atende suficientemente os problemas da fome e da saúde, talvez não lhe tenha sido explicado que a missão de Rotary é atender a dignidade do homem e que a dignidade do homem passa pelo homem e pela saúde, mas não se esgota aí.

Quando um sócio renuncia porque não o deixaram atuar ou não requereram a sua participação, talvez não lhe tenham explicado que o genial em Rotary é a ação individual, que o voluntariado rotário no Clube e no Distrito se dão por acréscimo, ser convocado pode facilitar a tarefa, mas que não sê-lo não é pretexto para não participar; Que em Rotary não cabe o “se precisares de uma mão avisa-me”.

Ninguém nos deve avisar que precisa de nós, é nossa tarefa dar-nos conta disso.

Osvaldo Diaz De Souza
Governador 1992-93 - D. 4890
(Argentina)

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